DMAIC
Como Fazer uma Análise de Causa Raiz –
DMAIC
Não existe planta perfeita. Por mais que a Gestão da Manutenção
esteja voltada para Confiabilidade, trabalhando de forma preventiva e
preditiva, a planta sempre estará suscetível a falhas. Seja falhas oriundas
de erros operacionais, falhas prematuras de componentes, falhas de processo
etc. Sempre ocorrerá alguma falha que consequentemente se transformará em uma Manutenção
Corretiva Emergencial, aquela que deve ser realizada
imediatamente e na maioria das vezes provoca a parada da linha de produção. Com
certeza, o setor de manutenção trabalha para que essas falhas não ocorram.
Esse é o objetivo da equipe, trabalhar para manter
e elevar os índices de disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos
industriais. Mas se uma falha ocorrer e causar a parada da linha
de produção, é necessário entender o que ocorreu de forma imediata,
investigar todas as causas possíveis daquela falha e trabalhar para que isso
não se repita. Muitas
vezes as pessoas tratam apenas os sintomas do problema, e quando essa atitude
permite que o equipamento falhe da mesma maneira, pois a causa raiz do
problema não foi sanada. A Análise de Causa Raiz
(ACR) tem como objetivo principal entender a razão da
falha do equipamento e implementar ações corretivas para que isso não ocorra
novamente. Para
isso, é importante saber diferenciar os sintomas das causas das falhas,
iniciar a tratativa nas falhas e não nos sintomas. Sintomas
Sintoma é qualquer alteração
na percepção normal de operação de um equipamento. Ou seja, qualquer mudança
no comportamento do equipamento, causado de forma repentina ou não. Alguns
exemplos de sintomas são: §
Alteração da temperatura de
componentes; §
Alteração nos níveis de
ruídos dos componentes; §
Alteração nos níveis de
vibração as máquinas e equipamentos. Um
sintoma sempre será um precedente a alguma falha, ou seja, o
comportamento dos equipamentos não irá alterar sozinhos, a não ser que tenha
alguma coisa errada. Por isso, sempre investigue o que está causando o
sintoma e não o sintoma em si. Um
erro muito comum é tratar os sintomas, isso irá apenas postergar o
acontecimento da falha. Por exemplo: Um
redutor de velocidades de uma esteira transportadora está trabalhando acima
da temperatura normal. Alguém sugeriu que substituísse o óleo lubrificante,
que era mineral, pelo óleo lubrificante sintético. Isso de fato, reduziu a
temperatura do redutor. Mas o que foi tratado foi o sintoma da falha e não a causa da falha. Essa atitude deixou a
equipe de manutenção tranquila, mas quando menos se esperava, um dos
rolamentos do redutor quebrou e causou a parada da linha de produção. Se
no momento em que o sintoma surgiu, a equipe de
manutenção tivesse investigado a fundo o que estava ocorrendo, com certeza a
falha do rolamento poderia ser prevista e
consequentemente a parada da linha de produção seria evitada. Descomplicando a Análise de
Causa Raiz
A análise
de causa raiz é um método sistemático usado para
determinar a causa ou as causas subjacentes de um problema. Uma vez que o
problema “real” é identificado, então você irá resolver o problema. Você
também precisará acompanhar e confirmar se o problema foi resolvido após a
correção implementada. É muito comum que a causa raiz das falhas de
equipamentos não sejam resolvidas, então as falhas continuam acontecendo.
Assim como na jardinagem, se você não retirar a raiz da erva daninha, a erva
daninha vai crescer rapidamente e futuramente irá matar o restante da planta. O
objetivo da análise de causa raiz é simples: Tirar a equipe de manutenção do
cenário reativo para o cenário proativo. Sempre investigar e tratar os
problemas com profundidade e atestar que tudo foi solucionado. Um
processo simples de se aplicar para definir a causa raiz de um problema é o DMAIC.
É um processo de melhoria contínua usado para determinar a causa de um
problema e implementar uma melhoria duradoura. Ele
tem as seguintes etapas de análise de causa raiz: §
Define =
Definir: Ter uma declaração de problema claro. §
Measure =
Medir: coletar dados sobre o problema. §
Analyze=
Análise: Analise dados para determinar a causa raiz. §
Improve =
Melhoria: Desenvolver ações de melhoria com base em causa (s) raiz. §
Control =
Controle: Desenvolver controles para prevenir a recorrência do problema. 1 – Definir
O
passo inicial do processo DMAIC é definir o
estágio. Nessa etapa, é importante definir a quem (equipe), o que (falha) e
onde (equipamento) o problema está acontecendo. Além disso, é essencial
descrever claramente o problema para definir a análise de causa raiz. Em
seguida, escreva qual deve ser o estado desejada, que deve ser buscado. Exemplo Prático: Ainda
usando o exemplo da falha no redutor de velocidades da esteira que citamos
acima, o correto nesse momento seria definir uma equipe para investigação e
solução do problema, definir qual falha ocorreu (identificar o rolamento e
descobrir o que causou sua falha) e onde o problema nasceu/ocorreu. 2 – Medição
A
segunda etapa do processo DMAIC é a etapa de medição.
Nesta fase, você coletará dados relacionados ao problema e observará
pessoalmente o equipamento defeituoso. Uma vez que os dados foram coletados,
ele pode ser organizado em um formato como um gráfico de Pareto. Exemplo Prático: Nesse
momento, os valores provenientes de análises de vibração e análise do óleo
lubrificante do redutor podem ser coletados e usados. 4 – Análise
A
terceira etapa do processo DMAIC é a fase de análise.
O objetivo da fase de análise é determinar a raiz do problema. Os dados
recolhidos na fase de medição podem muito claramente denunciar qual é o
problema. Se não, as seguintes técnicas podem ser usadas para determinar a
causa. A abordagem “5 Por ques” envolve perguntar
por que até chegar à causa. Outra abordagem é usar brainstorming para listar
possíveis causas raiz. O homem, método, materiais, diagrama de materiais é
uma maneira de organizar os resultados do brainstorming. Um método
alternativo é organizar os resultados, classificando possíveis causas raízes
entre categorias diferentes, como as mais prováveis de estar causando o
problema, fáceis de testar, etc. Um valor numérico é
atribuído a cada categoria. Em seguida, o foco em confirmar se os itens de maior
ranking são a verdadeira causa. Isso pode envolver testes adicionais para
confirmar. Exemplo Prático: De
posse dos dados de vibração e da análise do lubrificante, certamente
conseguiremos identificar o que causou a falha desse equipamento. Caso os dados
estejam confusos, a equipe deve se reunir em forma de grupo de estudo e
entender a variação desses dados até chegar ao momento da falha. 4 – Melhoria
A
quarta etapa do processo DMAIC é a fase de melhoria. É aqui que
você implementa melhorias que abordam a causa do problema encontrado na fase
de análise. Antes de implementar a melhoria, certifique-se de pensar se a sua
“melhoria” vai criar um novo problema. Além disso,
você deve entender os resultados esperados (definido na primeira etapa do
processo). Exemplo Prático: Após
descobrir a causa do problema, deve ser definida a melhoria que será feita
para que aquilo não volte a acontecer. Considerando que a causa da falha
do nosso rolamento foi uma contaminação, que foi evoluindo até quebrar o
equipamento. O mais inteligente a se fazer é blindar o redutor contra a
contaminação, melhorando os elementos respiradores, componentes de
coleta de óleo para análise, vedações e treinar os funcionários sobre os procedimentos
adotados. 5 – Controle
A
quinta e última etapa do processo DMAIC é a fase de controle.
Isto é, quando você confirmar que a melhoria implantada resolveu o problema.
Você deve aplicar a melhoria a outros
equipamentos que tem funcionamento semelhante dentro da planta. Exemplo Prático: Primeiro,
após implementar a melhoria deve-se repetir todas as medições realizadas na
segunda etapa. Se os resultados das medições atestarem que a causa do
problema foi eliminada, as melhorias devem ser estendidas aos redutores
que tem sua forma construtiva e operam em condições semelhantes. Conclusão
A análise de causa raiz é deve ser simples e fazer parte da rotina da equipe de manutenção quando surgir uma falha, mostrando como e por que ocorreu um problema específico. Ela começa com algumas perguntas (5 porquês ou mais), então se expande em tantos detalhes sejam necessários para explicar completamente (até) as questões mais desafiadoras (30+ por quê). A Análise de Causa Raiz cria um diálogo visual, tornando mais fácil comunicar o que é conhecido e o que precisa de um pouco mais de investigação. As pessoas podem ver como todas as peças se encaixam para produzir um incidente particular. Quanto melhor uma organização começa a explicar seus problemas, melhor se torna a encontrar soluções inteligentes. |