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GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO E A LUTA PELA DEFINIÇÃO DE SEU SIGNIFICADO

 

Ana Elizabeth M. de Albuquerque – UNB anaalbuquerque@uol.com.br

 

Resumo: Esta comunicação analisa a gestão democrática da educação como campo em que há luta pela definição de seu significado. A análise das políticas e práticas da gestão da educação da educação se realiza segundo a teoria da ação de P. Bourdieu. Os diferentes grupos estão envolvidos em uma luta simbólica para imporem a definição do mundo social e o campo das tomadas de decisão mais de acordo com seus interesses. Nesta luta pela definição dos princípios legítimos do mundo social podem-se localizar diferentes perspectivas de gestão da educação.

Palavras-chave: gestão da educação; capital simbólico.

 

Abstract: This communication analyses the democratic education management as a field where there is a struggle for the definition of its meaning. The analysis of education management policies and practices is done according to the action theory by P. Bourdieu. The different groups are involved in a symbolic struggle in order to impose the definition of the social arena and decision-making in line with their interest. In this struggle of the social arena’s legitimate principles there are different perspectives of education management.

 

Key-words: education management; symbolic capital.

 

 

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO

 

Esta comunicação objetiva realizar uma reflexão sobre a gestão da educação, compreendendo-a como campo em que há uma luta pela definição de seu significado. A noção de capital simbólico, como princípio ativo da violência simbólica e os conceitos de habitus e campo, referenciados em Pierre Bourdieu, são utilizados para possibilitar a análise do campo educacional no que diz respeito à gestão da escola. A análise dos referenciais e práticas da gestão da educação neste trabalho se realiza considerando a gestão educacional como um campo. E por ser assim, como lugar de uma luta pela definição dos princípios legítimos da divisão do campo (BOURDIEU, 2006, p 150). Os campos podem ser compreendidos como espaços estruturados de posições cujas propriedades dependem das posições nestes espaços. Em cada campo há uma luta entre o novo que está entrando e que tenta forçar o direito de entrada e o dominante que tenta defender o monopólio e excluir o concorrente (BOURDIEU, 1983a, p. 89).

 

Os diferentes grupos estão envolvidos numa luta simbólica para imporem a definição do mundo social mais de acordo com os seus interesses; e imporem o campo das tomadas de posições ideológicas reproduzindo, em forma transfigurada, o campo das posições sociais. A força simbólica das partes envolvidas nesta luta nunca é completamente independente da sua posição no jogo, posto que o que está em jogo é o poder de impor, inculcar instrumentos de conhecimento e de expressão arbitrários da realidade social, embora ignorados como tais. O