DISLEXIA Histórico - Pela dificuldade em compreender que o
disléxico tem facilidades e paralelas dificuldades em seu modo peculiar de
ser e de aprender, registramos breve histórico da pesquisa científica sobre o
que é Dislexia. Gostaríamos que esta referência se torne em singela homenagem
aos valorosos profissionais que, há 130 anos, vêem trazendo luz ao
entendimento desta intrigante dificuldade de aprendizado, que se constitui em
um de nossos mais sérios desafios sociais, a propor uma verdadeira revolução
na prática educacional no mundo da escola. Dislexia é uma específica dificuldade de
aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem
Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem
Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de
esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica
evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos. Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito
de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas
vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente... A dislexia é um distúrbio, que
normalmente detectado a partir da alfabetização, período em que a criança
inicia o processo de leitura de textos. Seu problema torna-se bastante
evidente quando tenta soletrar letras com bastante dificuldade e sem sucesso.
Porém se a criança estiver diante de pais ou
professores especialistas a dislexia poderá ser detectada mais precocemente,
pois a criança desde pequena já apresenta algumas características que
denunciam suas dificuldades, tais como: - Demora em
aprender a segurar a colher para comer sozinho, a fazer laço no cadarço do
sapato, pegar e chutar bola. - Atraso na
locomoção. - Atraso na
aquisição da linguagem. - Dificuldade
na aprendizagem das letras. A criança dislexia possui inteligência normal
ou muitas vezes acima da média. Sua dificuldade consiste em não conseguir
identificar símbolos gráficos (letras e/ou números) tendo como conseqüência
disso a dificuldade na leitura e escrita. A dislexia normalmente é hereditária.
Estudos mostram que dislexos possuem pelo menos um
familiar próximo com dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita. O distúrbio envolve percepção,
memória e análise visual. A área do cérebro responsável por estas funções
envolve a região do lobo occipital e parietal. Componente(s): Características: - Confusão de letras, sílabas ou
palavras que se parecem graficamente: a-o, e-c, f-t, m-n, v-u.
- Inversão de letras com grafia
similar: b/p, d/p, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e. - Inversões de sílabas: em/me,
sol/los, las/sal,
par/pra. - Adições ou omissões de sons:
casa Lê casaco, prato lê pato. - Ao ler pula linha ou volta
para a anterior. - Soletração defeituosa: lê
palavra por palavra, sílaba por sílaba, ou reconhece letras isoladamente sem
poder ler. - Leitura lenta para a idade. - Ao ler, movem os lábios
murmurando. - Freqüentemente não conseguem
orientar-se no espaço sendo incapazes de distinguir direita de esquerda. Isso
traz dificuldades para se orientarem com mapas, globos e o próprio ambiente. - Usa dedos para contar. - Possui dificuldades em lembrar
se seqüências: letras do alfabeto, dias da semana, meses do ano, lê as horas.
- Não consegue lembrar-se de
fatos passados como horários, datas, diário escolar. - Alguns possuem dificuldades de
lembrar objetos, nomes, sons, palavras ou mesmo letras. - Muitos conseguem copiar, mas
na escrita espontânea como ditado e ou redações
mostra severas complicações. - Afeta mais meninos que
meninas. O dislexo
geralmente demonstra insegurança e baixa auto-estima, sentindo-se triste e
culpado. Muitos se recusam a realizar atividades com medo de mostrar os erros
e repetir o fracasso. Com isto criam um vínculo negativo com a aprendizagem,
podendo apresentar atitude agressiva com professores e colegas. Antes de atribuir a
dificuldade de leitura à dislexia alguns fatores deverão ser descartados,
tais como: - imaturidade para aprendizagem;
- problemas emocionais; - métodos defeituosos de
aprendizagem; - ausência de cultura; - incapacidade geral para
aprender. Tratamento e orientações: - O tratamento deve ser realizado por um
especialista ou alguém que tenha noções de ajuda ao dislexo.
Deve ser individual e freqüente. Durante o tratamento deve-se usar material
estimulante e interessante. - Ao usar jogos e brinquedos empregar
preferencialmente os que contenham letras e palavras. - Reforçar a aprendizagem visual com o uso de
letras em alto relevo, com diferentes texturas e cores. É interessante que
ele percorra o contorno das letras com os dedos para que aprenda a
diferenciar a forma da letra. - Deve-se iniciar por leituras muito simples com
livros atrativos, aumentando gradativamente conforme seu ritmo. - Não exigir que faça avaliação de outra língua.
Deve-se dar mais importância na superação de sua dificuldade do que na
aprendizagem de outra língua. - O tratamento psicológico não é recomendado a não
ser nos casos de graves complicações emocionais. - Substituir o ensino através do método global (já
que não consegue perceber o todo), por um sistema mais fonético. - Não estimule a competição com colegas nem exija
que ele responda no mesmo tempo que os demais. - Oriente o aluno para que escreva em linhas
alternadas, para que tanto ele quanto o professor possa entender o que
escreveu e poder corrigi-los. - Quando a criança não estiver disposta a fazer a
lição em um dia ou outro não a force. Procure outras alternativas mais
atrativas para que ele se sinta estimulado. - Nunca critique negativamente seus erros. Procure
mostrar onde errou, porque errou e como evitá-los. Mas atenção: não exagere
nas inúmeras correções, isso pode desmotivá-lo.
Procure mostrar os erros mais relevantes. - Peça que os pais releiam o diário de classe sem
criticá-los por não conseguir fazê-lo, pois a criança pode esquecer o que foi
pedido e/ou não conseguir ler as instruções. Para bem definir o que é Dislexia, é preciso que melhor se possa entender o ser
humano, como ele aprende e o por quê de seu modo
peculiar de aprender. Por isto, existem cerca de 40 definições propostas para
responder o que é Dislexia, porém nenhuma delas universalmente aceita. Isto
também acontece porque o profissional engajado em diferentes áreas da
Educação e da Saúde e envolvido em pesquisas sobre facilidades e dificuldades
de aprendizado, aborda o problema sob ângulos diferenciados e pelo enfoque de
sua área específica de análise, acrescido de seu grau pessoal de conhecimento
e sensibilidade. É por isto que também existem mais de 100 diferentes nomes para
identificar essa específica dificuldade de aprendizado, sendo que DISLEXIA é
o que melhor pode traduzir essa síndrome, claramente diagnosticada através de
seus sintomas e sinais. Dificuldade que levou a ser,
só mais recentemente, considerada a Dislexia em seu significado de
dificuldades com a Linguagem em seu sentido mais amplo, como: DISGRAFIA Disgrafia é uma
inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente
da escrita cursiva. Escrever com o computador pode tornar-se mais fácil para
o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal desenhadas, borradas
ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros
ortográficos, supressões ou substituições de letras, sílabas e números, como
inversões do sentido direcional de letras e números - chamada escrita de
espelho, ficam caracterizados com muita freqüência... A
disgrafia é também chamada de
letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da
letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba
unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível. Algumas crianças com disgrafia
possui também uma disortografia
amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia. A disgrafia, porém, não está associada a nenhum
tipo de comprometimento intelectual. Componente(s): Características: - Lentidão na
escrita. - Letra
ilegível. - Escrita
desorganizada. - Traços
irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves. -
Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial. -
Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou
ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda
da folha. -
Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas,
omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos
contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
- Desorganização
das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou
comprida. - O
espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são
irregulares. - Liga as
letras de forma inadequada e com espaçamento irregular. O disgráfico não
apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas
acima. Componente(s): Tipos de Disgrafia:
Podemos encontrar dois tipos de disgrafia: - Disgrafia motora (discaligrafia):
a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação
motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura
gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever - Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação
entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e
frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à
leitura e a disgrafia está associada à escrita. Tratamento e orientações: O tratamento requer uma estimulação lingüística
global e um atendimento individualizado complementar à
escola. Os pais e professores devem evitar repreender a
criança. Reforçar o aluno de forma positiva sempre que
conseguir realizar uma conquista. Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão
oral. Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos
cadernos e provas. Conscientizar
o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva. Até
o 3º ano (2ªsérie) do Ensino Fundamental é comum que as crianças façam
confusões ortográficas porque a relação com os sons e palavras impressas
ainda não estão dominadas por completo. Porém, após estas séries, se as
trocas ortográficas persistirem repetidamente, é importante que o professor
esteja atento já que pode se tratar de uma disortografia. A
característica principal de um sujeito com disortografia são as confusões de
letras, sílabas de palavras, e trocas ortográficas já conhecidas e
trabalhadas pelo professor. Características:
- Troca de
letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta. - Confusão de
sílabas como: encontraram/encontrarão. - Adições: ventitilador. - Omissões:
cadeira/cadera, prato/pato. - Fragmentações:
en saiar, a noitecer. - Inversões:
pipoca/picoca. - Junções: No diaseguinte, sairei maistarde. Orientações: Estimular a memória visual através de quadros com
letras do alfabeto, números, famílias silábicas. Não exigir que a criança escreva vinte vezes a
palavra, pois isso de nada irá adiantar. Não reprimir a criança e sim auxiliá-la
positivamente. Componente(s): DISCALCULIA Discalculia - As dificuldades com a Linguagem Matemática são
muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem
evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico, como, mais tarde, na
elaboração do pensamento matemático mais elaborado. Embora essas dificuldades
possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que
decorrem de dificuldades no processamento lógico-matemático da linguagem lida
ou ouvida. As dificuldades mais graves são decorrentes da imprecisa percepção
de espaço e tempo, na apreensão, coordenação e processamento de fatos matemáticos
em sua devida ordem... A
matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não
compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar,
diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns,
em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só
nos dedos e olhe lá. Em
muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora
problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança. Carraher afirma que: “Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que
termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são
adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido
absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de”
ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como
indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da
aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das
operações concretas”...”O problema passa então a ser
algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da
lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72). No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser
realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam
muitos pais e professores desinformados. Em
geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas. DISCALCULIA De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e
fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir
nesta aprendizagem: ·
Distúrbios de
memória auditiva: - A criança não consegue ouvir os enunciados que
lhes são passados oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos,
isto lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos. - Problemas de reorganização auditiva: a criança
reconhece o número quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar do número com
rapidez. ·
Distúrbios de
leitura: - Os dislexos e outras
crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado
do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido em voz alta. É
bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes
matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as
ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo sem
decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas
não na interpretação. - Distúrbios de percepção visual: a criança pode
trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se
lembrar da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos. ·
Distúrbios de
escrita: - Crianças com disgrafia têm dificuldade de
escrever letras e números. Estes problemas dificultam a aprendizagem da
matemática, mas a discalculia impede a criança de compreender os processos
matemáticos. DISCALCULIA A
discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na
matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, nem por
déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é
importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima. O
portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas
verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na
compreensão dos números. Kocs
(apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros
transtornos: 1. Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as
quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações. 2. Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar
e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente. 3. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos
matemáticos. 4. Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos
matemáticos. 5. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações
mentais e na compreensão de conceitos matemáticos. 6. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de
operações e cálculos numéricos. Na
área da neuropsicologia as áreas afetadas são: ·
Áreas
terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão dos
problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos; ·
Lobos frontais
dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução
de problemas e conceitualização abstrata. ·
Áreas
secundárias occípito-parietais esquerdos
dificultando a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos. ·
Lobo temporal
esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas. DISCALCULIA De
acordo com Johnson e Myklebust a criança com
discalculia é incapaz de: ·
Visualizar
conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior; ·
Conservar a
quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250
gramas. ·
Seqüenciar números: o
que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e
sucessor. ·
Classificar
números. ·
Compreender os
sinais +, - , ÷, ×. ·
Montar
operações. ·
Entender os
princípios de medida. ·
Lembrar as
seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas. ·
Estabelecer
correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à
quantidade de carteiras. ·
Contar através
dos cardinais e ordinais. Os
processos cognitivos envolvidos na discalculia são: 1. Dificuldade na memória de trabalho; 2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais; 3. Dificuldade na soletração de não-palavras
(tarefas de escrita); 4. Não há problemas fonológicos; 5. Dificuldade na memória de trabalho que implica
contagem; 6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais; 7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e
perceptivo-táteis. De acordo com o DSM-IV, o Transtorno da Matemática
caracteriza-se da seguinte forma: ·
A capacidade
matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio
matemático, encontra-se substancialmente inferior à
média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de
escolaridade do indivíduo. ·
As
dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem
prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.
·
Em caso de
presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem
aquelas geralmente a este associadas. ·
Diversas
habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as habilidades lingüisticas (compreensão e nomeação de termos, operações
ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos
matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou
aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar
números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência
a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação). Quais os comprometimentos? ·
Organização espacial;
·
Auto-estima; ·
Orientação
temporal; ·
Memória; ·
Habilidades
sociais; ·
Habilidades grafomotoras; ·
Linguagem/leitura;
·
Impulsividade;
·
Inconsistência
(memorização). Ajuda do professor: O
aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve
evitar: ·
Ressaltar as
dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais; ·
Mostrar
impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias
vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala; ·
Corrigir o
aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor; ·
Ignorar a
criança em sua dificuldade. Dicas para o professor: Não
force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter
conseguido; Explique a
ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar; Proponha
jogos na sala; Não
corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis; Procure
usar situações concretas, nos problemas. Ajuda do profissional: Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua
auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de
aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os
jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras,
habilidades espaciais, contagem. Recomenda-se pelo menos três sessões semanais. O uso do computador é bastante útil, por se tratar
de um objeto de interesse da criança. O neurologista irá confirmar, através
de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento.
Um neuropsicologista também é importante para
detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se procurado antes,
pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica. O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente? ·
Comprometimento
do desenvolvimento escolar de forma global ·
O aluno fica
inseguro e com medo de novas situações ·
Baixa
auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas ·
Ao crescer o
adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano. Qual a diferença? Acalculia e Discalculia. A
discalculia já foi relatada acima. A
acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer
lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo
crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda
ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos. CUIDADO! As
crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da matemática,
achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação
ao ensino da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar.
Se sua criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras
disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo para
uma avaliação. Muitas
confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente, acarretando
erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor mais atento. CONCEITOS Déficit de Atenção É a dificuldade de concentrar e de manter
concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e
assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é
fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino,
possa completar-se a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode
manifestar-se isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que
caracteriza a Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade. Hiperatividade Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com
padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com
comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada.
Não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos.
Porque age sem pensar e sem medir conseqüências, é comum que sempre tenha
muitos hematomas e cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem
características mais pronunciadas em sintomas de dificuldades de foco de
atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem ou essa criança a passar de um estímulo a
outro, não conseguindo focar sua atenção em um único tópico. Assim, nos dá a
falsa impressão de que é desligada mas, ao contrário, é
por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em
um único estímulo à sua volta, ignorando outros... Hipoatividade A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de
atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela
criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no
"mundo da lua", "sonhando acordada". Comumente, o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca
interação social e quase não se envolve com seus colegas... DISARTRIA Tem como característica principal a fala lenta e arrastada
devido a alterações dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos
responsáveis pela fonação. A
disartria de origem muscular é resultante de paresia, paralisia ou ataxia
dos músculos que intervêm nesta articulação. A
disartria pode ter origem em
lesões no sistema nervoso o que altera o controle dos nervos
provocando uma má articulação. Podemos
encontrar a disatria em pessoas que sofrem de
paralisia periférica do nervo hipoglosso (duodéssimo
par dos nervos cranianos. Inerva os músculos da língua) pneumogástrico (nervo
vago ou décimo par craniano que inerva a laringe, pulmões, esôfago, estômago
e a maioria das vísceras abdominais) e facial. Em pessoas que apresentam
esclerose, intoxicação alcoólica, com tumores (malignos ou benignos) no
cérebro, cerebelo ou tronco encefálico, traumatismos crânio-encefálicos.
No
caso de lesões cerebrais, os exames clínicos mostram que as alterações não se
manifestam isoladamente estando associada geralmente a outros distúrbios tais
como gnósio-apráxicos ou transtornos disfásicos. O que é o TDAH ? O
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA
(Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD
ou de AD/HD. Existe mesmo o
TDAH? Ele
é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH
são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. Não existe
controvérsia sobre a existência do TDAH? Não,
nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais
renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é
uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores
de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou
instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos
os aspectos de um transtorno. Por que algumas
pessoas insistem que o TDAH não existe? Pelas
mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até
mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma
“invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o
tratamento. No
primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram
qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem
parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência
pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram
publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios
na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou
publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a
veracidade do que dizem. Os
segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento
diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles
podem tratar de modo correto. Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam
que o tratamento do TDAH com medicamentos causa conseqüências terríveis.
Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é
encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal
característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de
cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que
dizem. O TDAH é comum? Ele
é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para
serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões
diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o
transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de
inquietude sejam mais brandos. Quais são os
sintomas de TDAH? O
TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas: 1) Desatenção 2) Hiperatividade-impulsividade O
TDAH na infância em geral se associa a dificuldades
na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As
crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da
lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho
carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por
muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e
impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e
adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como
por exemplo, dificuldades com regras e limites. Em
adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do
trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos
(parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também
são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm
dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os
demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma
grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e
álcool, ansiedade e depressão. Quais são as
causas do TDAH? Já
existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando
que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica
que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de
determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou
resultado de conflitos psicológicos. Estudos
científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e
as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das
mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e
é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir
comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória,
autocontrole, organização e planejamento. O
que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um
sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as
células nervosas (neurônios). Existem
causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da
região frontal e suas conexões. A) Hereditariedade: Os
genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma
predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente,
a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença
de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias
que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes
das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em
geral (isto é chamado de recorrência familial). Porém,
como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da
família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança
aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando
desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então,
comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição
genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram
fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com
gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e
pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença
do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos
têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos. Os
estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e
gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes
aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc...).
Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de
semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética),
se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de
TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes
genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto
mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas
características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os
estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos
são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os
fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante
participação de genes na origem do TDAH. A
partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH
foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar
que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação
genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece
nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não
um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas,
também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene
do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade,
alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em
outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais.
Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente
denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos
familiares de portadores de TDAH. Quais são as
causas do TDAH? Já
existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando
que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica
que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de
determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado
de conflitos psicológicos. Estudos
científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e
as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das
mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e
é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir
comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória,
autocontrole, organização e planejamento. O
que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um
sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as
células nervosas (neurônios). Existem
causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da
região frontal e suas conexões. B) Substâncias ingeridas na gravidez: Tem-se
observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem
causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a
região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas
têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção.
É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma
associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e
efeito. C) Sofrimento fetal: Alguns
estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram
causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A
relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e
assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou
seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que
estaria influenciando a maior presença de problemas no parto. D) Exposição a chumbo: Crianças
pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes
aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer
exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro
e pode ser facilmente identificado pela história clínica. E) Problemas Familiares: Algumas
teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal,
baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento
familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser
a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As
dificuldades familiares podem ser mais conseqüência
do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais). Problemas
familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo. F) Outras Causas Outros
fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH: 1.
corante amarelo 2.
aspartame 3.
luz artificial 4.
deficiência hormonal (principalmente da tireóide) 5.
deficiências vitamínicas na dieta. Todas estas possíveis causas foram
investigadas cientificamente e foram desacreditadas Bibliografia DOCKRELL, Julie; McSHANE John. Crianças com dificuldades de aprendizagem.
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