GRUPO1- Distúrbios
de Aprendizagem – 3ª Atividade O QUE SÃO PROBLEMAS
DE APRENDIZAGEM? Os problemas de aprendizagem
referem-se às situações difíceis enfrentadas pela criança normal e pela
criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a
longo prazo (alunos multirrepetentes). Segundo J.Paz, “podemos considerar
o problema de aprendizagem como um sintoma, no sentido de que o não-aprender
não configura um quadro permanente, mas ingressa numa constelação peculiar de
comportamentos, nos quais se destaca como sinal de descompensação”. Pela intensidade com que se
apresentam os sintomas e comportamentos infantis, pela duração que eles têm
na vida escolar e pela participação do lar e da escola nos processos
problemáticos, fica difícil para o professor diferenciar um distúrbio de um problema
de aprendizagem. Além disso, os autores que se
dedicam a esse assunto usam os termos problema e distúrbio de maneira
indiscriminada. Portanto, estabelecer claramente
os limites que separam “problemas” de aprendizagem dos chamados “distúrbios”
de aprendizagem é uma tarefa muito complicada, que fica a critério do
especialista da área em que a deficiência se apresenta. Ao educador cabe apenas detectar
as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, que abranja
os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos adicionados à
problemática ambiental em que a criança vive. Essa postura facilita o encaminhamento
da criança a um especialista que, ao tratar da deficiência, tem condições de
orientar o professor a lidar com aluno em salas normais ou, se considerar
necessário, de indicar sua transferência para salas especiais. J.Paz, citado
por Sara Pain, em Diagnóstico e tratamento dos
problemas de aprendizagem, p.28. 1.1 - Fatores que
desencadeiam problemas de aprendizagem. Existem inúmeros fatores que podem
desencadear um problema ou distúrbio de aprendizagem. São considerados
fundamentais:
O quadro a seguir, de Correll e Shcwarz, relaciona as
formas de distúrbios que podem ocorrer no processo de aprendizagem, de acordo
com vários aspectos. 1. Distúrbios de aprendizagem condicionados pela escola: a) os condicionados pelo
professor; b) os condicionados pela relação
professor-aluno; c) os condicionados pela relação
entre os alunos; d) os condicionados pelos métodos
didáticos. 2. Distúrbio de aprendizagem
condicionados pela situação familiar. 3. Distúrbios de aprendizagem condicionados por
característica da personalidade da criança. 4. Distúrbios de aprendizagem condicionados por
dificuldades de educação. A proposta do sistema educacional
brasileiro é dar, para cada criança, a oportunidade de aprender tanto quanto
sua capacidade de permitir. No entanto, os alunos que
apresentam distúrbios ou problemas de aprendizagem (considerados como um
grupo significativo), não tem essa oportunidade.
Eles não conseguem acompanhar o currículo estabelecido pelas escolas e,
porque fracassam, são classificados como retardados mentais, emocionalmente
perturbados ou simplesmente rotulados como alunos fracos e multirrepetentes.
São crianças que precisam de um atendimento especializado e o sistema
educacional brasileiro não tem lugar para elas. Muitas dessas crianças poderiam
ser educadas próximas à sua residência, através de um atendimento gratuito,
se fossem instaladas escolas regionais, com pessoal especializado e um
currículo coerente com esse sistema especial. Quanto aos distúrbios provocados
pela própria escola e pelos professores, instalar um setor de orientação
educacional, psicológica e pedagógica nas escolas ou para um grupo de escolas
seria de grande ajuda. Os professores seriam orientados na adequação do
programa, na elaboração de métodos a serem aplicados e na forma ideal de
atender as crianças que apresentam problemas de aprendizagem. A educação especial, porém, ainda
é uma utopia na realidade brasileira. Somente as classes sociais mais
abastadas conseguem educar adequadamente uma criança com dificuldades de
aprendizagem. Na escola pública, o professor deve contar com seus próprios
conhecimentos e, ao detectar qualquer distúrbio, solicitar ajuda da família
do aluno para que, juntos, possam ajudar a criança a superar suas
dificuldades. GRUPO 2- Distúrbios
de Aprendizagem – 3ª Atividade. 2. O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 2.1 - Desenvolvimento da comunicação / Organização da linguagem
infantil: O bebê humano começa a vida como
um organismo vocal não-verbal. Ele desenvolve a capacidade de entender ordens
verbais, quando ele próprio é incapaz de falar. Mas desenvolverá com o tempo
a linguagem falada. Para entender como se dá esse desenvolvimento antes temos
que considerar dois períodos do comportamento verbal: - O período pré-lingüístico que abrange aproximadamente o primeiro
ano de vida, desde o primeiro choro do recém nascido até às primeiras
palavras proferidas com significados. - O período lingüístico ou semiótico,
abrange os anos restantes da aquisição da linguagem. • Característica do período pré-lingüístico: Essa fase, também chamada
pré-verbal é caracterizada por uma expressão que não tem valor de
comunicação. Sabemos que ao nascer a criança só reage a ruídos intensos e que
não é capaz de orientação espacial em direção à fonte do ruído. Ela só
voltará para fonte por volta dos 2 meses. O grito, nesta época, não tem valor
relacional. Progressivamente aparecem os vagidos e os estalidos. Deverá
passar algum tempo para que os vagidos e estalidos tenham valor de sinal. Por
volta dos três meses a criança começa então a reagir
à qualidade dos sons, de maneira que há ruídos que a fazem gritar. A) O choro do bebê começando com o
choro do nascimento e prosseguindo até o final do primeiro mês de vida as
vocalizações do choro são presumivelmente indiferenciadas. Esta é a fase do
choro não-diferenciado, cuja função é suscitar uma assistência geral e
imediata. B) Na fase do choro diferenciado
este já tem um significado social. Por certo, o bebê não dispõe de um meio
melhor do que chorar para chamar a atenção da pessoa que cuida dele. Por
volta de um mês de vida, o choro diferencia-se e os choros básicos e de zanga
são claramente distinguíveis. A função desse choro consiste em assinalar necessidades
mais especificas, como a fome ou desconforto. Nesse período, o choro do bebê
deve receber atenção imediata por parte de quem cuida deles, pois deve ter
alguma razão. Contudo a resposta pronta não é suficiente. O que a pessoa faz
durante a intervenção também é importante. Uma coisa é simplesmente verificar
a frauda do bebê ou enfiar-lhe uma chupeta na boca, e outra é propiciar ao bebê
um rico encontro social-efetivo. C) A palração pode começar logo no segundo
mês de vida. Pensa-se geralmente que ela representa um jogo vocal ou o
exercício ativo do aparelho vocal. McNeill sugere
que a palração marca o final das vocalizações
pré-lingüísticas reflexas e o início do verdadeiro desenvolvimento fonêmico.
A palração representa o período de tempo durante o
qual a bebê adquire os fonemas de sua língua materna, ou seja, os sons
requeridos pela língua, são refinados ou fazem a sua primeira aparição. O bebê
passa a aumentar a quantidade de tempo exposto à
vocalizações adultas. Os períodos de sono alongam-se e tomam-se
menos freqüentes com estabilização do ritmo dia-noite. A capacidade do bebê
para localizar sons mostra um acentuado progresso a partir do terceiro mês em
diante, o mesmo acontecendo à sua atenção, que pode manter-se por períodos
cada vez maiores. Finalmente não se pode especular que os bebês parecem
“sintetizar” o rosto humano. D) A lalacão, ou a emissão em seqüência
dos próprios sons do bebê, começa por volta dos seis meses de idade e dura
aproximadamente até os nove meses. As seqüências de interesse para os pais
são combinações consoante-vogal (CV), como ma e da. Embora
as combinações CV sejam usualmente interpretadas como as primeiras palavras
do bebê, elas são tipicamente desprovidas de significado. O bebê agora começa
prestar atenção às vocalizações adultas agradáveis e desagradáveis. Prestar atenção
a vocalizações desagradáveis (Não!) assume usualmente a forma de inibição
motora e orientação visual, as quais são de breve duração e rapidamente habituadas. E) A ecolalia última fase do período pré-lingüístico começa
aproximadamente aos nove meses de idade. Agora o bebê imita (ecoa) ativamente
os sons da fala adulta. Alguns estudiosos das determinantes ambientais
argumentam que a imitação é de importância central. Os que destacam as
determinantes biológicas da estrutura lingüística, minimizam a importância da
imitação. • Características do período lingüístico: Em fins do primeiro ano de vida, o
bebê articula a sua primeira palavra significativa. Qual é justamente essa
palavra e quando surge? O consenso é de que as primeiras palavras com
significado são sílabas reduplicadas mas é improvável que trate de
reduplicações consoante-vogal emitidas durante o estágio lingüístico. Há uma
diferença entre a palavra final mamãe e o repetitivo ma-ma vocalizado durante
a lalação. A) Crescimento do vocabulário: perto do seu primeiro aniversário, o
bebê emite sua primeira palavra significativa. Outras palavras são
gradualmente adicionadas durante os seis a oito meses seguintes. Quando a
criança se avizinha do seu segundo aniversário, a dimensão do seu vocabulário
explode. A criança adquire aproximadamente 21 palavras nos oito meses
seguintes ao aparecimento de sua primeira palavra, mas do 18° ao 24° mês, ela
adquire aproximadamente 250 novas palavras. B) Composição do vocabulário: embora o vocabulário inicial da
criança inclua quase todas as partes da fala, pronomes, verbos e nomes
correspondentes a quase metade de seu vocabulário total, estudos comprovam
que os nomes mais comumente usados são os de pessoas familiares, nomes de animais,
nomes de comidas e bebidas, nomes de partes do corpo, vestuário e objetos e
nomes de objetos fora de casa, brinquedos e móveis domésticos. Durante os
anos pré-escolares, substantivos abstratos associados a
forma, cor, peso, medição, tempo e relações sociais, aumentaram gradualmente
de freqüência. As crianças de dois anos usam muito poucos adjetivos, mas
durante os anos pré-escolares, adjetivos de “juízos da
valor”(feio, bonito, bom, mau) aumentam de freqüência, assim como os
adjetivos que descrevem sensações como os associados a cor, forma,
temperatura, tamanho e peso. C) Articulação: todos sabemos que a fala
das crianças pequenas é difícil de entender. As crianças pequenas
simplesmente não falam claro. Com a prática, os pais desenvolvem uma compreensão
do significado de diferentes sons. As dificuldades de articulação criam uma
tarefa bem árdua para os pais, quando fazem repetidas tentativas para
determinar o que a criança está precisamente querendo comunicar. D) Fala holográfica: as fases de uma palavra da criança que começa
ensaiando seus primeiros passos transmitem freqüentemente mais informações do
que a contida na própria palavra. Por exemplo, “papai” pode em vários
momentos significar: “Onde está papai?”; “É o meu papai” ou “Me ajude papai”.
A palavra “leite” pode significar “Eu quero um copo de leite”. Essas frases
são chamadas holofrásticas. E) Fala telegráfica: quando as crianças pequenas são solicitadas a
repetir uma sentença adulta ou quando espontaneamente emitem uma sentença,
elas emitem palavras de baixa informação e incluem apenas nomes, verbos ou
outras palavras. São denominadas fala telegráficas por sua óbvia semelhança
com telegramas. Numerosas explicações foram propostas para explicar a fala
telegráfica, incluindo a sugestão de que o vocabulário da criança pequena é
limitado demais e sua memória demasiado curta para uma imitação bem sucedida
das frases adulta. Por exemplo a mãe diz: “Agora devo ir ao armazém”, a
criança pequena pode dizer: “Mim ir mazém”. F) Deixas: muitas frases de crianças pré-escolares
tem pequenas interrogações: “Eu sou uma boa menina, certo papai?”, “É
um bonito desenho, não é tia?”. Essas perguntas sugerem que elas representam
o pedido da criança de uma confirmação. A criança espera que o ouvinte
confirme a preposição e os pais tendem a afirmar tais perguntas. A aplicação
de deixas parece iniciar-se entre os três e cinco anos de idade. Vejamos agora as idades normativas em que são atingidos os 25 mais
importantes eventos Iingüísticos do bebê entre 0 a
24 meses:
GRUPO 3 - Distúrbios
de Aprendizagem – 3ª Atividade. OS DISTÚRBIOS DA
LINGUAGEM COMO PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM. A compreensão da linguagem parece
preceder a compreensão da fala, pois a criança comunica-se através de gestos,
olhares e mímica antes de poder se expressar oralmente. Ela também compreende
muitas palavras num estágio bem anterior àquele em que adquire capacidade
para articulá-las. OS DISTÚRBIOS DA
FALA. Para aprender a falar, o ser
humano precisa ter perfeitos órgãos sensoriais, motores e de articulação,
além de um processo normal de evolução do sistema nervoso. E a partir desses
elementos que ele desenvolve uma linguagem correta, clara e lógica,
imprescindível à sua integração social. Tendo em vista a importância da
linguagem, fica fácil avaliar a problemática vivida por indivíduos portadores
de deficiência nessa área. Quando a fala é defeituosa, por exemplo, o fato
chama a atenção da pessoa que ouve, interferindo, portanto, na comunicação.
Em se tratando de uma criança, o problema é maior: além de torná-la
desajustada ao meio em que vive, a deficiência provocará reflexos na
aprendizagem e no aproveitamento escolar. - A fala defeituosa. Atualmente, estão envolvidas no
diagnóstico e tratamento dos distúrbios da fala muitas especialidades
profissionais diferentes, como medicina geral, cirurgia plástica, otologia cirurgia
oral , psiquiatria, psicologia, educação e logoterapia
. Isso porque os fatores que contribuem tanto para a deterioração como para a
correção da fala são anatômicos, sociológicos, psicológicos e educacionais. São várias as causas dos
distúrbios da expressão verbal: • defeitos anatômicos ou
funcionamento fisiológico anormal dos maxilares, da língua e do véu palatal; • sentimentos, emoções ou atitudes
perturbadoras; • conceitos inadequados do eu; • hábitos de linguagem
defeituosos; • dificuldade de adaptação ao
ambiente. Não se pode esquecer que até os 5
anos é normal falar “errado”. Somente quando a característica persiste após a
idade adequada é que se torna necessário procurar um especialista. Muitas vezes, a mãe é a primeira a perceber a dificuldade
e, nesse caso, indica-se um fonoaudiólogo. Outras vezes, o distúrbio só é
constatado mais tarde e a escola, então, se encarrega do encaminhamento. Se
suspeitar que a dificuldade na fala tem causas orgânicas, o fonoaudiólogo
encaminhará a criança ao foniatra, para que ela
faça o diagnóstico e prescreva o tratamento necessário. Na escola, qualquer distúrbio da
fala atinge grande importância e deve ser detectado o mais cedo possível,
porque os problemas orais geralmente são transferidos para a escrita. - Mudez. E a capacidade de articular
palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central,
atingindo a formulação e coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão
em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos, a mudez (ou
mutismo) decorre de problemas na audição. Quando a criança fica surda em uma
idade anterior àquela em que adquire a linguagem, ela não aprende a falar, a
não ser que receba tratamento especializado. Se a surdez ocorrer antes dos 5
anos, mesmo que seja parcial, provocará dificuldades na fala, porque, com o
tempo a criança esquece o que já havia adquirido. Nesse
caso, é preciso proporcionar-lhe um novo agora com base nos sentidos da visão
e do tato. Mas a fala não desaparece em
crianças que ficam surdas a partir dos 9 anos. No entanto, a voz se modifica:
toma-se grave e alta quando há lesão no nervo auditivo, e baixa e monótona se
o problema for no ouvido médio. Certos tipos de
distúrbios cerebral também podem causar a mudez porque impedem que a criança ultrapasse a
fase do choro ou do balbucio. Há ainda outros fatores físicos
que prejudicam a fala de tal maneira que impossibilitam a comunicação da
criança. Ao perceber que não é compreendida, ela deixa de falar, configurando
um quadro de mutismo como reação psicológica. E o caso de crianças que têm
distrofia muscular, lábio leporino (principalmente quando acompanhado de
defeito no céu da boca), dentição mal implantada ou rinolalia
. As más-formações da boca e do
nariz são facilmente corrigíveis com cirurgia. Mas depois é preciso o auxílio
de um reeducador e de um psicoterapeuta para que a
criança possa falar normalmente. Os fatores emocionais e
psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Há, por exemplo, crianças que não
evoluem na fala por falta de oportunidade. São aquelas que ficam muito tempo sozinhas ou mal acompanhadas, sem a estimulação e o
afeto necessários. Se até os 18 meses não disserem, nem balbuciarem, precisarão de tratamento especializado. Outra forma de mudez psicológica ou emocional é a eletiva,
um quadro que caracteriza a negação da fala pela criança somente em certas
situações e com determinadas pessoas selecionadas por ela. Há também alguns casos de crianças
que escolhem o silêncio total para usá-lo como arma contra seus educadores.
Isso acontece quando os pais, ansiosos e perfeccionistas, pressionam o filho
para que fale o quanto antes e exigem sempre o máximo de seu aprendizado.
Quando a criança pronuncia alguma palavra errada, fazem com que ela repita
até acertar. Para fugir de tal situação, ela emudece. Às vezes a criança só fala consigo
mesma (esquizofrenia infantil). Ela vive tão isolada do exterior que não tem
o que comunicar. Fecha-se em seu próprio mundo de fantasia e conversa só com
seres imaginários. Além disso, a mudez também é
encontrada em crianças que têm autismo . Estas, quando falam fazem-no consigo
mesmas. Na linguagem, apresentam dificuldade em distinguir o sim do não, o você do eu e nem sempre conseguem formar sentenças, mesmo
que têm vocabulário suficiente. Contudo, há casos em que a criança
não fala porque está sob tensão excessiva ou sofreu algum trauma psíquico,
como um grande susto ou um ataque sexual. Na escola, quando o professor
detecta alguma forma de mudez, deve evitar situações que solicitem a
expressão oral daquele aluno. A melhor atitude é levar a criança a cumprir
seus deveres de uma maneira que não exija muito entrosamento nem comunicação
verbal. A próxima etapa será encaminhá-la a um especialista que fará o
diagnóstico e determinará o tratamento mais adequado. -Atraso na
linguagem. Algumas pessoas acham que a
criança que começa a falar depois da época considerada normal será pouco
inteligente. Essa afirmação, no entanto, pode não ser verdadeira porque
certas crianças têm sua fala atrasada por motivos diversos, às vezes
transitórios. Como a partir dos 14 meses a
criança toma-se capaz de pronunciar palavras com significado, é esperado que
ela tenha sua linguagem estruturada por volta dos 3 anos. Quando isso ocorre
é que se pode definir uma forma de atraso na linguagem. Em algumas crianças, essa forma de
atraso é superada somente depois dos 4 anos. Em outras, o problema se
transforma em distúrbio específico de articulação durante alguns anos e
depois é resolvido - de uma maneira natural ou em função de tratamento
especializado. Problemas de audição interferem com freqüência nos casos
de atraso na linguagem, mas o fator emocional é o mais encontrado. Nesse tipo
de distúrbio, as causas mais comuns são os traumas, carência efetiva, super-proteção e o uso de outro idioma em casa. Como exemplos, temos o caso de
crianças mimadas cujos desejos são atendidos prontamente: elas não se
expressam porque não querem ou não precisam. E há aquelas que vivem em
orfanatos ou hospitais. Por não terem quem a s escute, nem estímulo para
falar, ficam com atraso na linguagem. Para que o professor possa
detectar esse tipo de distúrbio em seus alunos, apresentamos as características
principais da criança que tem atraso na linguagem:
Problemas de
articulação. Durante a fase pré-escolar, a
maioria das crianças ainda apresenta dificuldades em articular determinados
sons. Isso é normal, pois somente por volta dos 7 ou 8 anos é que os órgãos
da fala têm maturidade suficiente para produzir todos os sons lingüísticos. As consoantes que exigem maior
controle motor são as últimas a serem aprendidas, como demonstra o quadro a
seguir.
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