O IMPACTO DIRETO DA FALTA DE GESTÃO NA CONFIABILIDADE DOS ATIVOS

Nesse ponto, foi demonstrado a você um cenário caótico na manutenção construído sobre 3 pilares:

 

1 Falta de habilidades de gestão e liderança da gerência. 2 Falta de Planejamento e Controle.

3 Controle inadequado dos indicadores-chave.

 

Agora, você pode estar se perguntando, será mesmo que esse cenário interfere em algo na confiabilidade dos ativos e na eficiência da manutenção dentro da indústria?

Posso responder seguramente essa questão para você. A resposta é: ABSOLUTAMENTE, SIM!

 

O gerente despreparado não será capaz de traçar um planejamento adequado, observando a manutenção de uma maneira global, definindo corretamente quais ativos requerem maior atenção e esforço de trabalho, visando a sua importância dentro da indústria como um todo. Também não será capaz de entender o papel econômico que a manutenção tem dentro do planejamento orçamentário da organização, tão pouco a sua participação sobre a receita da empresa. Com isso, o planejamento adequado nunca poderá ser construído, definindo metas bem fundamentadas e planos de operação corretos que sejam capazes de nortear a execução das atividades do dia a dia, a fim de alcançar essas metas.

 

Sem um planejamento claro e indicadores compatíveis, se torna impossível a realização do controle, afinal, não norte a se seguir, tão pouco “ponteiro de bússola” para guiar o norte. É praticamente impossível triunfar nesse cenário, e certo que a manutenção irá de mal a pior.

 

E o que tudo isso tem a ver com confiabilidade dos ativos? TUDO!

 

A garantia da confiabilidade não é algo que se obtém por acaso. O aumento dessa porcentagem (de confiabilidade) é obtido mediante a realização de análises, de definição de estratégias, do planejamento de ações e, por fim, do controle da realização das atividades.

 

A Garantia de Confiabilidade dos equipamentos é um resultado bem-sucedido de uma gestão da manutenção bem realizada.

 

Existe uma palavra no meio industrial que ilustra bem o ato de definir especificações e seguir esses padrões estabelecidos. Essa palavra é “Qualidade”.

 

Segunda a norma ISO 9001:2015, o termo qualidade refere-se ao ato de definir e atender um ou mais requisitos. De forma mais simples, quando definimos algum padrão e esse padrão é atendido, podemos chamar isso de Qualidade. Quanto mais adequada a realização estiver do planejamento, maior Qualidade foi obtida no cumprimento do plano.

Na manutenção não é diferente. Para a realização das atividades, é necessário que padrões sejam definidos (padrões de operação, padrões de controle e padrões de indicadores) e que esses sejam cumpridos através da correta realização das atividades. Quanto menor for a distância entre o padrão e a execução, ou seja, quanto mais perfeitamente o planejamento for executado, melhor será a gestão da qualidade dentro da manutenção.

 

Já que isso é cristalino e absoluto: o planejamento e controle serem fatores de sucesso na garantia da confiabilidade e na condução da manutenção (cristalino e absoluto pelo fato de terem sido elucidados pelos resultados de sucesso obtidos por diversos gestores de manutenção no mundo) e, que qualidade é exatamente o termo que define a aproximação entre o planejamento e a execução, bem como a assertividade do controle, por que não basear as melhores técnicas de gestão da manutenção no contexto das principais ferramentas de gestão da qualidade?

 

E é exatamente com esse intuito que proponho, nos próximos capítulos deste livro, técnicas de gestão da manutenção que aliam todos os conhecimentos adquiridos e disseminados por grandes autores e profissionais, as melhores práticas da gestão da qualidade industrial, contextualizando as 7 principais ferramentas da qualidade ao dia a dia do gestor de manutenção. A essa abordagem dou o nome de Manutenção Centrada em Qualidade.