RESSONÂNCIA EM CIRCUITOS EM PARALELO

Vimos que um circuito em série está em ressonância quando as componentes verticais (EL e Ec) da tensão aplicada ao circuito são iguais.

Dizemos que um circuito em paralelo entra em ressonância, QUANDO A SOMA DAS COMPONENTES VERTICAIS DAS CORRENTES NOS DlVERSOS RAMOS É IGUALA ZERO.

Consideremos o circuito

No ramo 1 a corrente está atrasada ф1 graus em relação tensão, e no ramo 2 está adiantada ф2 graus em relação à tensão:

 

Os vetores I1 e I2 podem ser considerados iguais à soma de duas componentes: uma componente horizontal (componente ATIVA, responsável pela transformação da energia elétrica em calor) e outra vertical (REATIVA), e podem ser expressas da seguinte maneira:

A condição de ressonância é

Eliminando os denominadores e dividindo todos os termos por ω

temos a Equação Geral para o Cálculo da Frequência de Ressonância no Circuito em Paralelo.

Se o circuito tivesse o aspecto abaixo (ramos indutivo e capacitivo com resistência desprezível),

a equação para o cálculo da fregüêncra de ressonância ficaria resumida a

porque os termos R1 e R2, que se referem aos braços indutivo e capacitivo, seriam nulos. A corrente total em ressonância seria apenas a corrente solicitada pelo braço com a resistência R. A impedância do circuito seria máxima, e igual do à do braço com resistência R.

Se tivéssemos o circuito abaixo, com indutância pura num dos braços e capacitância pura no outro,

a frequência de ressonância seria calculada também com a equação simplificada

pelo mesmo motivo acima. A corrente total neste circuito, quando em ressonância, seria nula, embora houvesse corrente nos dois ramos. O circuito estaria oferecendo, portanto, uma impedância infinita. Tal circuito não tem existência real, mas é possível reduzir as resistências dos braços do circuito a valores muito pequenos (praticamente desprezíveis), obtendo-se resultados bem próximos do que foi dito, com vasta aplicação no campo da Eletrônica.

Duas condições ainda poderiam ser observadas num circuito em paralelo:

-Se R1²C>L e R2²C<L, ou R1²C<L e R2²C>L, a quantidade

Seria negativa e sua raiz quadrada seria imaginária: sob estas condições, o circuito nunca poderia entrar em ressonância;

isto é, O CIRCUITO ENTRARIA EM RESSONANCIA EM QUALQUER FREQUÊNClA

Podemos resumir nossas observações dizendo que um circuito em paralelo oferece o máximo de impedância quando está em ressonância, solicitando então o mínimo de corrente da fonte, ao contrário do circuito em série, que oferece o mínimo de impedância ao entrar em ressonância.

EXEMPLO:

a)   Se O circuito estivesse em ressonância, qual a corrente solicitada da fonte?

b)  Qual o valor de "XL" para que o circuito entre em ressonância?

c)   Se não existisse qual seria a corrente total, quando o circuito estivesse em ressonância?

d)  Qual seria a admitância do circuito, se ele estivesse em ressonância? (Nas condições do item c.)

SOLUÇÃO:

  b) "XL" deverá ser igual a “XC”para que o circuito entre em ressonância:

Correção do Fator de Potência

O fator de potência de um circuito deve ser mantido aproximadamente igual a 1. Isto, porque um fator de potência muito baixo implica no encarecimento da instalação e em maiores perdas no cobre, pois são necessárias maior corrente e maior potência aparente para a obtenção de uma determinada potência real, o que se pode concluir observando a expressão abaixo:

A tensão aplicada aos circuitos nas residências fábricas, etc., é constante e, portanto, a corrente fornecida aos mesmos pode ser demasiado elevada, se o fator de potência for muito baixo.

O grande número de aparelhos indutivos (motores, equipamento auxiliar para lâmpadas fluorescentes, máquinas de soldar, etc.) normalmente utilizados nas instalações residenciais, comerciais e industriais, resulta em um fator de potencia baixo e em atraso.

Para corrigir o fator de potência, reduzindo suas consequências e ao mesmo tempo cumprindo exigências constantes da legislação em vigor, no que se refere às instalações elétricas, são ligados capacitares em paralelo com o elemento (ou elementos) causador(es) da dificuldade.

Certos motores de C.A., chamados motores síncronos, são também utilizados para o mesmo fim.